3 Jul 2006

Antes que o tempo pare.

Tornámo-nos nos heróis de nós próprios. Julgávamos ter o mundo nas nossas mãos, porque o tinhamos. Mesmo sem o saber. Esquecemo-nos de o agarrar, na esperança de o conhecermos. Talvez porque nunca nele teríamos deixado de acreditar.
Foi apenas uma viagem em que passámos por nós. E por mais que quiséssemos chegar perto, era sempre Verão na cidade, eramos sempre eu e tu, condensados numa imagem nítida de um nós que nunca fotografámos, porque esquecemo-nos que nunca chegou a existir. Foi. É. Será?

O tempo parou. Como sempre parava, quando te via a caminhar pela relva, ainda verde e molhada.

5 comentários:

Luísa Santos said...

"(...) era sempre Verão na cidade, eramos sempre eu e tu, condensados numa imagem nítida de um nós que nunca fotografámos, porque esquecemo-nos que nunca chegou a existir. Foi. É. Será?"

Este é um dos textos que me deixam sem palavras pq é fácil senti-lo. Difícil explicá-lo. Muito bom, João :-)

JOÃO said...

Saiu da minha cabeça, passou pelo coração, atravessou todas as artérias até chegar às pontas dos dedos, passou para um teclado,chegou a um monitor e foi para a net! :)

Anonymous said...

My brother... I'm so proud of your words. Digam lá se a escrita não lhe está no sangue! O meu mano ao nível de um Samuel Beckett. More writing, please!

JOÃO said...

meu puto zé! love you broda!!! já andava a sentir a falta dos teus comments.

eu sei que sou preguiçoso mas prometo que vou começar a escrever mais... ;)

Beijinhos

Z said...

Muito bonito. :)