24 Mar 2011

Nós

Leve.
Voava sobre o vento que trazia a manhã até despentear os seus cabelos longos.
Despertava assim todos os dias, ou só naqueles dias em que queria fazer mais do que existir.
Deixava-se levar pelas palavras que ouvia das bocas ruidosas que se soltavam por aí.
Escutava-as e pensava que um dia as iria apanhar.
Assim como se apanha fruta num pomar alheio.
Como se rouba um coração aflito de tanto bater.
Como se tira a vida a uma flor, por amor.
E foi assim que soube que desconhecia o eu.
Afinal esse eu não era um eu. Era um nós.

1 comentários:

Anonymous said...

Gosto....

"Como se rouba um coração aflito de tanto bater."

... Quer dizer que está vivo!