Não sou gajo de beber vinho desalmadamente às refeições. E devo ser dos poucos portugueses a achar o Mateus Rosé o melhor vinho produzido em terras lusas.
Mas nunca percebi uma coisa. Quando pedimos um garrafa de vinho num restaurante, porque é que o temos de provar em frente ao empregado? É suposto fazermos aquela cara desconfiada de quem está a orientar toda e qualquer célula do cérebro para o paladar se concentrar no sabor de um vinho, que provavelmente até já bebemos mais do que uma vez? E porque é que é sempre o homem a provar, se estiver acompanhado por uma mulher? Feministas, isto já dava assunto suficiente para uma cartinha destinada às escolas de empregados de mesa e afins.
Tenho vontade de entrar num restaurante, pedir um vinho e dizer que não gosto. Que cara vai fazer o empregado? Devo estar no meu direito... - "Pois, sabe, a colheita de 2004 é que era boa, a de 2005 apanhou com muita geada. Não quero".
E porque é que se pedir uma cerveja e uma coca-cola, a cerveja vem logo para mim? Nem perguntam. Feministas, mais uma vez estou-vos a dar pano para mangas.
Já que estou a falar para os senhores da hotelaria, deixo aqui mais um recado: ter o hálito a cheirar a mentol não me dá vontade de deixar uma gorjeta melhor.
11 Jan 2010
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